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Fotos: Eduardo Ramos (Diário)
Médicos e enfermeiros realizam atendimento nos corredores
A superlotação do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), que culminou no fechamento temporário do pronto-socorro, tem causado preocupação em diversos setores da sociedade. Como reportado pelo Diário, o Husm atende mais de 180% acima da capacidade e deve seguir com o pronto-socorro fechado, ao menos, até sábado. A exceção é para as internações de pacientes do Serviço de Atendimento Móvel (Samu) ou referenciados via Gerint, o sistema de regulação de leitos do estado.
SERVIDORES PEDEM SOLUÇÃO
Durante esta sexta-feira, ouvintes da CDN se manifestaram ao longo da programação, solicitando soluções por parte dos órgãos estaduais de saúde. Entre as queixas estão o descaso com o Husm e a necessidade de implementação de pronto-socorro no Hospital Regional.
Conforme relata o servidor público Ivan Vey, a situação precária com o Husm se estende há anos, sendo tomadas apenas medidas paliativas.
- O problema é que o local não suporta a demanda e seus servidores já estão esgotados. Tenho presenciado corredores lotados de macas. Servidores fazendo o que podem para dar um atendimento digno que seja, o que muitas vezes não é possível devido às condições precárias de trabalho - desabafa.
Na denuncia, Vey também a falta de uso do Hospital Regional de Santa Maria que atualmente atende pacientes covid e algumas especialidades.
- Se o Hospital Regional estivesse operando na sua capacidade máxima, com certeza a situação seria outra. Onde estão os políticos nessa hora? Quando teremos uma solução definitiva? - questiona.
Para a professora de saúde coletiva da UFSM, Liane Beatriz Righi, a superlotação do Husm é reflexo do mau gerenciamento da saúde em diferentes pontos da região. Ela também enfatiza sobrecarga no hospital.
- Entendemos que o hospital precisa de mais investimentos. Contudo, apresentar o problema da superlotação do Husm de forma séria implica reconhecer que há um lugar que está sustentando os problemas gerados em outros pontos da rede regional.
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Para ela, é necessário que pacientes estabilizados possam ser transferidos para outras instituições. O que provocaria aumento da rotatividade, permitindo que o Husm consiga realizar suas funções de forma correta. Liane também critica a pouca utilização do Hospital Regional.
- Precisamos do Hospital Regional e precisamos de uma atenção básica mais robusta - completa.
O médico clínico do Husm, Ricardo Heinzelmann, enfatiza a necessidade de pressionar os órgãos de gestão da saúde.
- A gente precisa pressionar para a ampliação e abertura total do Hospital Regional. Essa é uma demanda antiga, o hospital demorou mais de uma década para ser inaugurado e que aconteceu por conta da covid. Até agora foram poucas cirurgias.
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Pacientes esperam por leitos em macas nos corredores
PACIENTES E FAMILIARES AFETADOS
A situação de superlotamento no Husm preocupa, também, pacientes e familiares que ocupam corredores e salas improvisadas à espera da liberação de leitos clínicos. Na quinta-feira o Diário conversou com usuários do hospital que relataram a dificuldade de conseguir atendimento. O fechamento do pronto-socorro do Husm, que começou na quinta-feira, tem prazo de 48h, devendo seguir, ao menos, até o sábado.
O QUE DIZ O HUSM
Conforme explica Soeli Guerra, gerente de atenção à saúde, uma soma de fatores fazem com que o Husm acabe recebendo uma demanda maior do que pode suportar,:
- Essa é uma situação que vem tanto pelo sistema de regulação que possibilitou todos os hospitais privados a encaminhar pacientes para os hospitais públicos, e também aquelas demandas que vêm direto para a nossa emergência.
RESPOSTA DA SES
Após ser questionada pelo Diário, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou em nota que "a porta de entrada do HUSM ainda é opção para a regulação dos pacientes atendidos via SAMU, tendo em vista a limitação ser referente apenas ao atendimento da demanda espontânea". A SES também afirma que dispõe da Unidade de Pronto Atendimento 24h e do Hospital Municipal Casa de Saúde, ambos de Santa Maria, para encaminhamento dos pacientes em situação de urgência.